quarta-feira, 1 de julho de 2009

Jogando fora as pedras guardadas


Aprendendo com "o Príncipe"
Esses pensamentos me perseguiram, precisavam estar aqui.






"Chegamos assim à questão de saber se é melhor ser amado do que temido.
(...) Os homens têm menos escrúpulos em ofender quem se ama do que ao que teme, pois o amor é mantido por vínculos de gratidão que se rompem quando deixam de ser necessários, já que os homens são egoístas; mas o temor é mantido pelo medo do castigo, que nunca falha".
Nicolau Maquiavel, O Príncipe. p.102





Depois de tantos séculos, não decepcione, ser humano. Que possamos ser diferentes! Já parou para pensar como temos muito mais cuidado e respeito em falar àquelas pessoas que parecem ser "importantes demais", dependemos delas para algo, e engolimos até "sapos" para segurar a língua; e aquele(a) a quem há amor, por algum defeito/momento não nos agrada, deixamos-nos ser envolvidos por qualquer sentimento ruim e falamos o que vier a cabeça, magoando o outro mas sabendo que do outro lado, bem...há alguém que ama, considera, acredita, perdoa.





Veio na memória:


"Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo".
Fernando Pessoa


 Que possamos mesmo ser diferentes, a mudança que esperamos no outro, no mundo, começa primeiro na gente. Antes de tudo que possamos nos preocupar mais em construir nosso presente, do que ficar carregando milhares de pedras passadas no caminho, pois no final ( que me perdoe as interpretações do meu amado Pessoa) não terá como construir um castelo, pois o seu caminhar estará tão pesado carregando pedras que deixará de viver. Sim, é válido o aprendizado que conquistamos ao depararmos com essas pedras, mas guardá-las, carregando o seu peso? Não há mais serventia alguma! Não vê, a bagagem pode ser mais leve. Há formas muito mais saborosas de construir o bendito castelo!

Com as perdas só há um jeito: perdê-las.Com os ganhos, o proveito é saborear cada um como uma fruta boa da estação.
Lya Luft



Agradeço com carinho aos meus leitores expressivos, anônimos, tímidos e escancarados..rrsrs Do blog, orkut e email. Obrigada pelas contribuições, vou ainda postar sobre elas.

Desculpem a demora, ano de formatura, monografia, mas amo demais escrever e ainda por cima ser agraciada com sua leitura.
Made
literaturaalema@gmail.com

domingo, 31 de maio de 2009

Que estranha cena descreves e que estranhos prisioneiros, são iguais a nós.




Nós , homens do conhecimento, não nos conhecemos; de nós mesmos somos desconhecidos.


Friedrich Nietzsche




E sobre essa complexidade, esse caldeirão de ações, pensamentos, transformações à luz da antropologia, filosofia, psicologia e outras ciências humanas, que entraremos nesse campo tao articulado, como engrenagens de um grande motor. Nós somos criaturas com capacidades fantásticas. E não vou me atentar aqui as boas ou más, mas a diversidade de ações, sentimentos que a espécie humana é capaz de manifestar. Todas em conjunto são co-dependentes, elas não funcionam em equilibrio quando acentuadas sozinhas.




Já pensou num mundo só de gente feliz, humilde e sorridente e que parassem pra você poder passar quando está com pressa, cedesse o lugar na fila do banco, nunca reclamassem, sempre satisfeitos e você pudesse ser livre para fazer o que quiser? E ao acordar ainda recebesse um café da manhã daquele jeitinho que você  gosta? 


O ser humano ia detestar, sim acredite, ia cair num tédio profundo. Do mesmo jeito que viver num mundo só de caos, confusão e gente mesquinha é péssimo. Muito menos num ambiente só repressor. Agir de modo extremo vai causar sempre o desequilibrio. Muito do processo evolutivo humano é retardado individual e coletivamente pelo descontrole de suas proprias ações, falando mais sério ainda: pelo desconhecimento da sua natureza. As pessoas não são só boas, e nem são só más. Tudo é uma questão de controle. A partir do momento que o ser entende do que ele é composto e do que constitui sua personalidade ele passa a entende-la e progressivamente domina-la.


Por muito tempo e até hoje o egoísmo de considerar uma verdade como absoluta gerou imposições dogmáticas, alienação moral, guerras, bem como a fé de muitas pessoas foram investidas em de modo potencial e a história mostra séculos de repressão moral e alienação.A violência também é resultado desse desequilibrio, claro. Tanto no ódio exagerado, na raiva que ensoberbece, na ganância de poder; quanto no amor exarcebado, a obssessão, medo. 


Quando não controlado, qualquer que seja o sentimento ou ação passar a dominar o seu autor. E quando acontecer ele não vai perceber e vai agir com o que chamamos de instinto, vai ser aquilo que estiver controlando-o, e não sua natureza.


Mudar o mundo..., a busca é interna! O processo evolutivo do ser humano é desevolvido de dentro pra fora. É conhecer a si mesmo, entender como são processadas as informações dentro de si. É certo que quanto mais acentuado for esse conhecimento, melhor serão as respostas manifestadas as pessoas, situações , mudanças, adversidades, novidades e surpresas.


Fomos criados para este equilibrio, e nos desviamos dele constantemente. A busca interna não é agradável de todo. Por muitas vezes não será agradável a imagem que vamos ver. Aquilo que mais detestamos no outro em algum momento vamos descobrir ali escondido atrás de algum vaidade que acabamos de conhecer. Mas vamos desvendar muitas coisas e o que antes controlava-nos, será controlado. O autor passa a escrever sua história e não a assisti-la somente.





O que te controla hoje?




Sugestão de leitura:
Ensaio sobre a Cegueira - José Saramago


É um prazer, abraços


Made